É preciso estimular uma cultura que una esses dois elementos para que o percentual de produtos e serviços sustentáveis seja cada vez maior no portfólio de uma empresa
Cada vez mais existem empresas que percebem que ESG é um tema que serve para se diferenciar no mercado, fidelizar clientes e criar novos modelos de negócios que capturam mais valor para a organização. Uma forma de fazer isso é investir em jovens talentos e provocá-los para desenvolver novos produtos, serviços e modelos de negócio que integram questões de sustentabilidade.
Encerramos em setembro o programa INOVA 2030 e agora, em outubro, o INOVA 2030 Dispara. São dois programas de intraempreendedorismo que o Pacto Global da ONU no Brasil oferece em parceria com a Fundação Dom Cabral e a Liga dos Intraempreendedores. Foram um total de 15 empresas que apostaram no potencial dos novos talentos – entre eles o Grupo Ultra, a Ambev, a BRF, a Neoenergia, a Sicredi e a Solví, entre outras.
No final, capacitamos 133 jovens para se tornarem intraempreendedores. Recebemos um total de 34 pitches de projetos que geram valor para a empresa e, ao mesmo tempo, contribuem para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Houve projetos de economia circular (reaproveitamento de insumos que causa uma redução de custos), e-mobility (novas fontes de receita), sustentabilidade na cadeia de valor (gestão de riscos) e novas formas digitais de se relacionar com clientes (fidelização e crescimento).
Trabalho com o tema de intraempreendedorismo de impacto desde 2008 e sempre fico cheio de esperança vendo jovens executivos construindo modelos de negócios mais sustentáveis. Porém, poucas vezes vi os projetos – não importa quão maravilhosos eles sejam – tendo um impacto significativo no posicionamento da empresa. Na maioria das vezes, eram projetos isolados que recebiam uma atenção pontual e aceleravam a carreira dos participantes.
Entendi que é preciso mais do que projetos inspiradores, é preciso uma cultura que vincule inovação e ESG para que o percentual de produtos e serviços sustentáveis seja cada vez maior no portfólio da empresa. A BASF desenvolveu uma metodologia para avaliar seu portfolio de produtos frente a questões ESG que se chama Sustainable Solution Steering. Talvez seja interessante aplicar a mesma lógica para sua organização.
Como criar uma cultura de ESG e inovação?
No fundo, a questão é: como criar uma cultura que combine ESG & Inovação? Como lidar com uma orientação de curto prazo (que, muitas vezes, mata os projetos), com a burocracia (que desanima intraempreendedores) e com a falta de prioridades claras de ESG? Não existem respostas prontas para essas questões.
Para aprofundar a análise e dedicar um bom tempo para tentar responder essas perguntas, virei Visiting Research Fellow no King´s College, na Inglaterra. Trata-se de um dos lugares de maior destaque internacional e com pesquisas sérias relacionadas à questão de inovação, ESG e intraempreendedorismo. Caso sua empresa discuta temas semelhantes ou já tenha encontrado algumas respostas que servem como referências, adoraria ouvir o que você tem para compartilhar. Afinal, o conhecimento precisa funcionar não só na teoria, mas principalmente na prática.
Fonte: Época
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