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Confira dicas sobre as mais promissoras e inovadoras frentes de investimento!

Celebrada neste ano de 3 a 9 de outubro, a iniciativa tem como foco fomentar a educação financeira e a proteção aos investidores

A World Investor Week (WIW), ou Semana Mundial do Investidor, é uma campanha global promovida em mais de 100 países pela Organização Internacional das Comissões de Valores (IOSCO). Neste ano, a sexta edição acontecerá de 3 a 9 de outubro, mantendo o foco de disseminar educação financeira e proteção aos investidores. No Brasil, a campanha é coordenada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável por disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários.

De acordo com especialistas, a capacitação em torno do universo dos investimentos se faz cada vez mais necessária, uma vez que o número de brasileiros interessados não só em aplicações tradicionais como também em inovadoras, tem crescido.

São diversos os critérios que devem ser avaliados antes de começar a investir, independente de qual seja a classe de ativos e, neste cenário, iniciativas que buscam fomentar o conhecimento sobre como investir com segurança e responsabilidade são bastante bem-vindas.

Abaixo, especialistas brasileiros destacam as principais dicas sobre algumas das mais promissoras e inovadoras frentes de investimentos, como também apontam iniciativas que podem ser adotadas por empreendedores que buscam investimentos para seus negócios.

Investimento em fundos de venture capital
Ao longo dos últimos anos, a procura de investidores brasileiros por investimentos em startups de forma direta ou via fundos de venture capital tem sido crescente. A alocação de uma parcela do portfólio de investimentos em startups pode ser bastante interessante, dependendo do perfil de risco e horizonte de tempo do investidor. Entretanto, cabe avaliar as diferenças, vantagens e desvantagens de se investir diretamente nas empresas ou via fundos de venture capital.

Nemer Rahal, sócio executivo da Mindset Ventures, gestora brasileira de venture capital que conecta investidores a empresas de tecnologia localizadas nos Estados Unidos e em Israel, argumenta que, investimentos via fundos oferecem diversificação do risco, na medida em que os recursos são alocados em múltiplas empresas, ao contrário do investimentos direto no qual o risco é concentrado em uma ou poucas startups. “Ao investir em fundos de gestores bem estruturados, o investidor passa a contar com uma equipe de especialistas conectada neste mercado, com acesso a um fluxo muito maior de oportunidades por ano e com processos de análise e seleção que tendem a aumentar significativamente a chance de sucesso do investimento”, diz.

Universo promissor das criptomoedas
Há mais de 21 mil criptomoedas em circulação no mercado, de acordo com a consultoria especializada CoinMarketCap. Com as mais variadas funcionalidades, esses ativos acabam sendo ofuscados pelos criptos mainstream, mais famosos e que recebem grande atenção da mídia. Entretanto, para Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, holding de inteligência focada em criptoativos, mesmo com a grande oscilação do mercado cripto, a partir de uma análise fundamentalista, é possível identificar criptomoedas com grande potencial de investimento para além das famosas Bitcoin e da Ethereum.

“A chuva de informações pode prejudicar bastante as decisões dos investidores, principalmente no início, quando ainda há tantas dúvidas. Além disso, o mercado de criptoativos vai muito além do que se imagina”, diz o especialista ao destacar que ainda há quem pense que o mercado de cripto se resume a moedas virtuais. “O setor cripto tem inúmeros modelos de negócios, que podem e devem ser analisados como qualquer outra classe de ativos”, diz. Entre as principais dicas que Telles destaca para aqueles que estão chegando no universo cripto, está entender o funcionamento da blockchain; começar investindo em ativos nos quais se conhece a fundo; montar uma tese de investimento; e aprender a custodiar seus ativos.

Para Ramon Silva, empreendedor em série e especialista em tecnologia, antes de iniciar o investimento em qualquer setor, principalmente, em criptomoedas, o interessado deve se educar, e existem duas questões importantes a serem entendidas. A primeira é que essa modalidade exige um maior conhecimento técnico, por conta da inovação tecnológica por trás das criptomoedas, o investidor precisa entender o porquê do investimento e não ser guiado pelo hype. Em segundo, é preciso atentar-se às questões referentes à regulação, já que trata-se de um mercado descentralizado.

Por fim, Ramon afirma que é de extrema importância investir com base em fundamentos e entender porque aquela criptomoeda faz sentido para investimentos. “Por exemplo, o Bitcoin é um ouro digital, uma reserva de valor, ele não serve para praticamente nada mais além disso. A Ethereum, por sua vez, é bem mais poderosa, pois atua como se fosse um computador com múltiplos propósitos, proporcionando várias aplicações descentralizadas”, finaliza.

E os investimentos em royalties musicais, como funcionam?
Enquadrado na categoria de investimentos alternativos, os royalties musicais são pagamentos que artistas recebem toda vez que suas músicas são reproduzidas. Ao comprar uma fração do catálogo de um artista, o investidor passa a ter o direito de receber parte desses rendimentos mensalmente. Os pagamentos são feitos através das editoras e distribuidoras, com ações vinculadas ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), que recebe os valores e os repassa ao artista.

De acordo com Pedro Nasser, CEO da Brodr, primeiro marketplace do Brasil dedicado a royalties musicais, essa modalidade é bastante atrativa para investidores que buscam diversificação de carteira, possibilitando, inclusive, que fãs se tornem sócios de seus artistas favoritos. “Outro ponto positivo no investimento em royalties musicais é a acessibilidade. Diferente de outras modalidades, que por vezes exigem um investimento inicial muito grande, os royalties musicais, não. Na Brodr, por exemplo, é possível investir a partir de R$ 186,97, sendo que a média de retorno para os clientes gira em torno de 16% de Taxa Interna de Retorno (TIR), por vezes maior que a poupança, CDB e Renda Fixa”, destaca.

Investimento anjo
É aquele efetuado por pessoas físicas que utilizam o capital próprio para aplicar em negócios de outros empreendedores. Bruno Pinheiro, CEO da Turn2C, é investidor anjo há mais de um ano e conta com quatro startups em seu portfólio. Segundo Pinheiro, ser investidor anjo é assumir um risco maior, especialmente relacionado ao retorno do investimento, pois as estatísticas costumam apontar que o dinheiro não será recuperado. No entanto, quando a iniciativa funciona, é possível alcançar múltiplos maiores do que qualquer outro investimento, com um lucro dez ou vinte vezes maior que o valor investido.

Pinheiro explica que para ser investidor anjo é preciso ter em mente que a maioria dos seus investimentos não vão dar certo, e que para ter lucros, tudo depende da escolha da startup. “Tem que avaliar alguns fatores como: qual é a solução que a startup está trazendo para o mercado? É uma dor real? A startup está resolvendo essa dor? O produto tem potencial para ser grande? A ideia ou o produto estão prontos ou ainda existe trabalho para ser feito? É preciso levar essas questões em consideração antes de investir em uma empresa”, diz.

E para os empreendedores, quais as melhores formas de buscar investimento?
Assim como investir, empreender e captar recursos para o negócio é uma tarefa árdua e que demanda grandes esforços por parte dos empreendedores. Além disso, é preciso administrar a alta competitividade por novos clientes, as expectativas de crescimento acelerado, a estabilidade no mercado e ainda se destacar frente aos fundos de investimento é um grande desafio, principalmente para as startups.

Michael Citadin, cofundador e CPO da Unicorn Factory, venture builder que ajuda startups a serem bem-sucedidas por meio de soluções inovadoras, conhecimento e uma rede efetiva (smart) de acreditadores, mentores e investidores, destaca que para atrair bons investidores e, desta forma, fomentar o crescimento do empreendimento é essencial absorver conselhos e feedbacks dos parceiros de negócios, avaliar se aquele é o melhor momento para colocar a ideia em prática; estudar o contexto macroeconômico; ter planejamento financeiro e cultura organizacional.

“Todo investidor busca sucesso em suas aplicações. Cabe ao empreendedor mostrar que seu negócio está estruturado e pronto para receber tal investimento. Percebemos que muitas empresas jovens esbarram nos mesmos desafios, como se posicionar no mercado, identificar oportunidades no segmento de atuação, planejamento de recursos financeiros e processos relacionados às questões regulatórias, jurídicas e de compliance. Ter essas questões alinhadas sem sombra de dúvidas deixa o empreendimento mais atrativo para investidores”, aponta.

De acordo com o boletim do Mapa de Empresas, o primeiro quadrimestre de 2022 registrou a abertura de mais de 1,3 milhão de empresas no país. São milhares de novos negócios que, eventualmente, podem atrair a atenção de investidores. Neste contexto, Fernando Senna, cofundador da Start Empreendedor, edtech criada por empreendedores para empreendedores, com o propósito de apoiar em todas as etapas da jornada de uma startup, da fase inicial a aqueles que já estão prontos para escalar o seu negócio, onde muito deles surgem em momentos de crise, o empreendedor atrativo é aquele movido por desafios, que busca constantemente resolver problemas por meio de soluções criativas e inovadoras, muitas ideias boas surgem em momentos adversos.

“O ideal é se preparar antes de empreender, para que assim as suas chances de sucesso aumentem. Para começar, vamos falar sobre um bom planejamento financeiro pessoal. É bom já ter um investimento inicial logo de cara, seja próprio ou de algum investidor, de alguém que está acreditando no negócio. Evite ao máximo começar a sua empresa com empréstimo. O segundo ponto é ter o pitch deck bem preparado. Tenha em mente que é necessário comunicar o seu negócio de forma simples, facilmente entendível e óbvia. E por fim, não entrar em contato com os fundos apenas na hora de captar. Levantar capital dá trabalho e toma tempo, por isso, busque iniciar os relacionamentos com os investidores mesmo se não estiver captando”, diz Fernando.

Ainda neste cenário, Candice Pascoal, fundadora e CEO da Você.Expert, edtech que tem como objetivo formar especialistas em negócios digitais e desgourmetizar o empreendedorismo no Brasil, a primeira regra para captar investidores é nunca iniciar a captação quando se precisa com urgência do dinheiro. Da mesma forma como o animal pode perceber quando um humano está com medo, o investidor também.

Segundo Candice, existem diversos tipos de investimentos, então é importante pesquisar com atenção o perfil de cada investidor e aplicar apenas nos que estiverem alinhados com a sua proposta, pois o processo do primeiro contato e o recebimento do valor é longo e requer grande troca de informações.

“O medo de não fechar um investimento ou o desespero em receber o valor rapidamente, significa jogar todas as cartas de negociação fora. Portanto, mantenha os custos baixos, não gaste antes de receber e nunca considere qualquer investimento fechado antes que ele esteja de fato na conta”, afirma. Ainda como alternativa para captação de recursos, a especialista destaca a modalidade de crowdfunding que, de acordo com dados do Ministério da Economia divulgados no segundo trimestre de 2022, registrou aumento de 139% no número de investidores em um ano. “Em um país onde é cada vez mais difícil conseguir investidores, o crowdfunding surge como uma alternativa simples e sem burocracia para alavancar o poder de criar e transformar do brasileiro, transformando-o em uma forte fonte de receita e mobilização social”, acrescenta.

Pedro Signorelli, especialista no método OKR (Objectives and Key Results – Objetivos e Resultados Chave) e fundador da Pragmática Gestão, destaca que empreender é uma tarefa bastante trabalhosa, na qual é preciso persistir e ajustar a rota enquanto aprende ao longo do caminho. Segundo Signorelli, hoje mais do que nunca, startups nascem e morrem, antes mesmo de atrair investidores, porque não conseguiram se adequar às novidades. Como dica, ele destaca o uso de ferramentas que proporcione clareza de direção, facilite o alinhamento das equipes em torno do que é mais importante, e que permita o alinhamento da rota do negócio rapidamente, seja por questões internas, como descobertas e evolução do seu produto, ou externas, como vimos recentemente com a pandemia de Covid-19 e guerra na Europa.

“A gestão por OKR atende a essas premissas. É uma ferramenta que oferece uma administração participativa, todos da companhia têm pleno conhecimento de como suas atividades contribuem para entregar a estratégia da empresa, o que, inclusive, aumenta o grau de satisfação de cada um, tem foco no resultado e, dentre outros pontos importantes, permite ajustes constantes nos rumos da empresa. É uma ferramenta de gestão, que exige tempo de uso e aplicação para que se possa extrair todo o potencial contido nela”, aponta o executivo.

Além disso, por ser ano de eleição, é normal que dúvidas surjam envolvendo os próximos meses, fazendo com que muitas pessoas fiquem perdidas e sem saber como investir. Para João Victorino, especialista em finanças pessoais e idealizador do canal A Hora do Dinheiro, essa dúvida não deverá ocorrer. “Nossa posição não é diferente das ocorridas nas eleições passadas. Aliás, não é diferente do nosso dia a dia. As pessoas se preocupam bastante em tentar antecipar o que vai acontecer ao invés de procurarem estar bem posicionadas financeiramente para qualquer resultado. Esteja sempre com seu planejamento em dia e olhando para o longo prazo. As chances de ter bons resultados em investimentos são sempre maiores no longo prazo, acredite em mim”, conclui o executivo.

Fonte: Jornal Contábil

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