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Dólar emenda 3ª alta e chega a R$ 5,712; Bolsa tomba mais de 2%

O dólar chegou hoje a sua terceira alta consecutiva, esta de 0,39%, e fechou a quarta-feira (5) cotado a R$ 5,712 na venda. É o maior valor alcançado em mais de duas semanas, desde 21 de dezembro de 2021, quando a moeda americana encerrou o dia a R$ 5,739.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), tombou 2,42%, chegando aos 101.005,64 pontos. A forte queda foi a terceira seguida registrada pelo indicador e a maior em mais de um mês, desde 26 de novembro de 2021 (-3,39%).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Reação à ata do Fed

Investidores repercutiram hoje a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos), ocorrida em 14 e 15 de dezembro, em que autoridades sinalizaram a possibilidade de um aumento nos juros (agora próximos a zero) mais cedo do que o esperado para controlar a alta da inflação.

Se concretizado, esse movimento do Fed representaria um desafio adicional para os ativos de países emergentes — como o real —, uma vez que, com juros mais altos, a rentabilidade dos títulos americanos também aumenta, o que pode provocar uma fuga de investimentos para os EUA.

Dados do Banco Central do Brasil publicados hoje mostraram que o país atraiu, em termos líquidos, pouco mais de US$ 6,1 bilhões em 2021. Embora tenha sido o melhor resultado em seis anos, o número corresponde a apenas uma pequena fração dos cerca de US$ 73,7 bilhões perdidos entre 2018 e 2020.

Pressão por reajustes

Já no cenário doméstico, as recentes pressões de servidores públicos por reajustes salariais, somadas à proximidade das eleições presidenciais no Brasil, representam um risco para o desempenho do real e do Ibovespa em 2022, segundo explicou à Reuters Bruno Mori, economista e planejador financeiro pela Planejar.

[Mobilização de servidores] É um problema para o governo, que tem pouca flexibilidade [para negociações], pouco jogo de cintura. (…) Isso pode gerar pressão de gastos adicional, e, para fechar essa conta, dependerá muito da arrecadação, que pode não aumentar muito em ano de crescimento econômico baixo.

Só no Banco Central, 1.200 funcionários sem cargos comissionados ou previstos para substituição já aderiram à mobilização por reajuste — mais de um terço do total de servidores na ativa (3.500) —, disse a O Estado de S. Paulo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faiad.

“Teremos um documento coletivo com pessoas que vão entregar comissões e substituições eventuais e outra lista de pessoas que não vão assumir em hipótese alguma as comissões para conversar com o presidente Roberto Campos Neto. A ideia é falar que não temos condições de administrar o BC com essa situação de reajuste só para a Polícia Federal e não para o BC”, completou.

Fonte: UOL

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