A ausência de um profissional contábil em uma organização impacta diretamente a vida útil do negócio
Comemorado em 22 de setembro, o Dia do Contador tem essa data por ser quando, em 1945, o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto-lei n.º 7.988, autorizando e criando o primeiro curso de ensino superior em Ciências Contábeis. Passadas quase oito décadas, a presença dos contadores na administração de negócios é mais constante, entretanto, é preciso que os empresários entendam esse setor como essencial para a vida útil de seus negócios.
“Em primeiro lugar, precisamos esquecer essa imagem de que o contador é o responsável pelo imposto de renda, já que as suas atribuições dentro de uma empresa vão além dessa demanda. O contador é um ator estratégico, é alguém que tem uma visão detalhada das receitas e despesas do negócio. Ter esse profissional na estrutura organizacional da empresa afeta diretamente a sua vida útil, porque ele é quem vai atuar para que a organização se mantenha legalizada”, explica o presidente da Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas), Daniel Coêlho.
Coêlho afirma que como a contabilidade é um serviço mandatório, ou seja, que as empresas são obrigadas a ter um contador vinculado ao CNPJ, muitas vezes suas atribuições são direcionadas a serviços operacionais, como na gestão das documentações para a abertura da empresa.
“É claro que no dia a dia o contador terá que lidar com procedimentos internos comuns, como a gestão de tributos, a elaboração de relatórios financeiros, além de atribuições relacionadas à CLT, como a administração dos contratos de trabalho. São demandas importantíssimas que afetam a legalidade e o crescimento de um negócio, mas o contador também passa por outros setores, como o controle no fluxo de caixa, a apuração de custo e qualidade de manufatura, entre outros serviços adaptáveis a cada tipo de empresa”, detalha.
Daniel reforça que, assim como o empreendedor deve olhar para a qualidade do que adquire para funcionamento de seu negócio, é importante avaliar bem o profissional que deseja incluir na gestão de sua empresa.
“Existem alguns pontos que a legislação incluiu exatamente para auxiliar o empreendedor. O mais importante é que para atuar como contador, o profissional precisa ter formação de nível superior em cursos de Ciências Contábeis. Porque além de ser um profissional estratégico, a gente está falando de uma pessoa técnica, que deve ser devidamente capacitada”.
O especialista conclui que é necessária a visão do contador como braço direito do empreendedor, principalmente para lidar com as burocracias tradicionais do nosso país.
“Infelizmente, o Brasil é um dos países que possuem um dos sistemas tributários e fiscais mais complexos do mundo. Existe um movimento para simplificar esse cenário mantendo a sua segurança, e estamos caminhando para isso, mas ainda há muita burocracia. O empreendedor sozinho não consegue administrar o seu negócio e ainda acompanhar essas dinâmicas burocráticas, que também passam por alterações constantemente. Por isso é necessário um profissional capacitado e técnico, um contador formado e que siga acompanhando as demandas do mercado, para atuar com gestão e estratégia”, conclui Coêlho.
Criada em 1991, a Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) nasceu da necessidade de empresários do setor de serviços de se ter uma entidade que os representasse nacionalmente.
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Fonte: Jornal Contábil
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