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Especialistas em tecnologia orientam como micros e PMEs podem superar 4 desafios em 2023

Transformação digital, gestão do trabalho híbrido, fidelização de clientes e adaptação à LGPD ainda são desafios para pequenas e médias empresas.

Acelerar o faturamento de micro, pequenas e médias empresas brasileiras em um mercado competitivo permanece sendo um dos desafios de 2023. Inovar, se adaptar às novas tecnologias e comportamentos do consumidor e colaboradores continua sendo prioridade entre organizações desse porte para se manterem firmes no mercado. É o que percebem especialistas do setor de tecnologia que atuam no mercado B2B.

Para 2023, pequenos e médios empresários devem focar em incluir meios de pagamento digitais, fazer a gestão do trabalho híbrido, usar dados de forma segura para fidelizar clientes e seguir as regras da LGPD.

Confira a análise dos especialistas do setor tech:

Transformação digital

Para Wagner Mueller, head de Varejo da Zucchetti no Brasil, o processo de digitalização é um grande desafio para o micro e pequeno varejo. Nos últimos anos, a inovação teve um impacto importante nesse setor, principalmente durante a pandemia: a implantação de novos meios eletrônicos de pagamento e a criação do PIX, foram alguns serviços e processos que se tornaram digitais trazendo uma nova realidade para os varejistas.

“Para os micro e pequenos varejos, isso é um enorme desafio, pois eles precisam se adaptar rapidamente e muitas vezes essas mudanças surgem de uma forma inesperada, onde o empreendedor acaba se adequando porque o mercado exige, sem conseguir se preparar para aquele momento. Por outro lado, esse desafio também se torna uma oportunidade, pois essa digitalização facilita processos e agrega uma série de benefícios, e quem sai na frente consegue ter um diferencial de mercado”, pontua Wagner.

Ele afirma que o desafio da Zucchetti, como empresa de tecnologia, é entregar toda essa evolução para os pequenos varejos, que muitas vezes não têm acesso, de forma clara, prática e segura com ferramentas que sejam intuitivas e simples de lidar no dia a dia.

“Essa transição para o digital precisa ser feita de forma leve e que agregue diferenciais competitivos para esse varejista, como redução de custo, aumento de performance e uma gestão eficiente, com relatórios que ajudem na tomada de decisão do seu negócio. Esse empresário precisa conseguir vender mais e gastar menos, tendo um negócio saudável e lucrativo”, aponta.

Adaptação ao trabalho híbrido

Não foram só as grandes companhias que aderiram ao trabalho híbrido: o modelo ganhou espaço entre empresas de todos os portes e setores.

“Quando analisamos se a migração para o sistema híbrido de trabalho faz sentido para uma organização, pensar apenas no tamanho da companhia, em termos de espaço e de número de colaboradores, pode ser uma armadilha”, aponta Mário Verdi, CEO da Deskbee, plataforma de gestão do workplace especializada no modelo híbrido. “As pessoas trabalham de formas diferentes – e é isso que deve ser o foco.”

Segundo Mário, 10% dos clientes da Deskbee, hoje, já são empresas com até 200 colaboradores.

O CEO destaca também que, na migração para o modelo, as médias e pequenas empresas enfrentam os mesmos desafios das grandes corporações, mesmo que em menor escala: como fazer uma gestão eficiente do espaço físico da companhia? Como garantir a produtividade e o bem-estar dos funcionários? Como fazer com que os colaboradores interajam – não apenas para facilitar os processos do dia a dia, mas também para fortalecer o senso de time e a cultura da empresa?

Contar com a ajuda da tecnologia é um passo importante: “A adoção de um software de gestão específico é válida para todas as organizações, independentemente do tamanho”, diz Mário Verdi. Com o acompanhamento por meio da ferramenta, é possível evitar investimentos equivocados em infraestrutura e oferecer uma melhor experiência ao colaborador – o que não só vai ajudar a companhia a crescer na direção certa, mas também evitar perda de talentos e gastos com turnover.”

Fidelização e construção de comunidade

No marketing, construir comunidades e fidelizar clientes são estratégias para conseguir mais resultado com menos investimento para PMEs que atuam no e-commerce. Para isso, Pedro Paranhos, gerente de marketing LATAM da edrone, recomenda focar na experiência do cliente com uso da automação do marketing para manter uma comunicação personalizada.

“É importante as empresas criarem experiências personalizadas que façam o cliente se sentir como se estivesse interagindo com um velho conhecido. A coleta e análise de dados dos clientes ainda é um desafio para PMEs, mas é importante que essas empresas percebam o potencial desse recurso – desde que seja feito seguindo a legislação e boas práticas, é claro. Hoje, as tecnologias que permitem compreender os interesses e comportamentos de compra de cada cliente estão mais acessíveis do que nunca, ajudando o lojista a se antecipar às suas necessidades e vender mais”, explica o gerente de marketing.

Segundo ele, priorizar a satisfação do cliente resultará em mais vendas ao longo do tempo. “Algumas das estratégias são implementar automações que mandarão a mensagem certa para o cliente certo na hora certa, oferecer recomendações personalizadas de produtos com base em comportamentos de compra, e implementar um programa de fidelidade que faça sentido para o perfil dos clientes da empresa”, completa.

Inclusão de práticas de LGPD

Já no setor financeiro, um dos maiores desafios enfrentados em 2022 foi a adequação aos avanços da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

O tratamento das informações pessoais dos consumidores exigiu atenção e investimento dos empresários. Para Marília Raposo Vieira, Mestre em Ciências Jurídicas e Data Protection Officer (DPO) na CashWay, techfin que atende Instituições Financeiras e de Pagamento, é preciso investimento para garantir a segurança e a privacidade dos dados dos clientes.

“É uma questão que todos deveriam colocar em primeiro lugar. Alguns empresários ainda não veem o valor deste tipo de investimento, mas se for aplicada uma multa por violação de norma, por exemplo, a penalidade é muito alta”, afirma.

A especialista explica que a mudança de mentalidade é difícil, porque essa é uma questão que no passado não exigia tanta preocupação, mas o avanço da cultura hiperconectada tornou a atenção para a proteção de dados uma exigência. A dica de Marília é que os empresários procurem uma consultoria especializada na área.

“Hoje em dia, com toda a disponibilidade de tecnologia, não contar com uma equipe de compliance ou um escritório de advocacia especializado é um risco. Não é só ter a política, é aplicar ela por inteiro”.

Fonte: Contábeis

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