As seguidas altas na taxa básica de juros, a Selic, desde o início do ano estão refletindo nas taxas cobradas pelas instituições financeiras, que subiram em agosto para o maior patamar desde maio do ano passado.
De acordo com as estatísticas divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, a taxa média de juros ficou em 21,1% em agosto, contra 20,4% em julho e 19,9% em maio, a menor taxa do ano.
No cartão de crédito rotativo, os juros subiram de 329% no início do ano para 336,1% em agosto.
Segundo o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro, a alta nas taxas reflete os aumentos na Selic, que na semana passada chegou a 6,25% e do risco de crédito para os bancos devido ao cenário econômico. Quanto maior o risco, maior os juros.
Nesse cenário de baixo crescimento, desemprego elevado, endividamento elevado e juros subindo, não resta outro caminho senão os bancos continuarem subindo juros e possivelmente os juros vão subir mais do que a Selic.
O aumento aconteceu tanto para pessoas físicas, quanto para empresas. Só neste ano, os juros subiram de 13,4% para 14,4% no primeiro caso. As taxas do cartão de crédito rotativo, por exemplo, subiram de 329% no início do ano para 336,1% em agosto.
Já o financiamento de veículos subiu de 20,2% em janeiro para 22,7% no último mês.
Já para as pessoas jurídicas, a alta foi de 24,3% em janeiro para 25,3% em agosto. Os juros para capital de giro, muito procurado pelas empresas, cresceu 0,6 ponto percentual (p.p) entre agosto de julho e a modalidade de antecipação de faturas de cartão também teve alta de 0,7 p.p.
Inadimplência se mantém
A inadimplência, por outro lado, segue em 2,3% desde maio e não foi afetada pelo crescimento dos juros. De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, há três explicações: aumento dos postos de trabalho, melhor capacidade das empresas de gerenciar dívidas e uma questão estatística.
Fonte: O Globo
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