Entenda quais o significa por trás da sigla – e a importância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para o sucesso das empresas
Para entender o que é ODS e qual a sua importância, é preciso voltar no tempo – ou, mais precisamente, a 1992, ano em que aconteceu o maior encontro de discussão sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável do mundo: a ECO-92, no Rio de Janeiro.
Antes mesmo de existir os ODS, o evento gerou a Agenda 21, documento em que os governantes dos países participantes se comprometeram a agir de forma coordenada para solucionar um conjunto de problemas ambientais. Com isso, também surgiram a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.
Essas iniciativas deram origem mais tarde ao Protocolo de Kyoto, um tratado internacional com o propósito por partes dos países membros de reduzir a emissão de gases produtores do efeito estufa, que causam o aquecimento global. Anos mais tarde, surgiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O que é ODS?
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um conjunto de 17 metas que foram estabelecidas na Assembleia Geral das Nações Unidas. Esses objetivos fazem parte de uma agenda mundial para a construção de políticas públicas que guiem o desenvolvimento das sociedades até o ano de 2030.
Os ODS foram adotados pelos 193 países que compõem as Nações Unidas, em que os governantes se responsabilizaram em aderir a uma política global nova e que fosse condizente com as demandas de desenvolvimento sustentável que se tinha naquele momento.
Por que os ODS foram criados?
Após o ECO-92, outros eventos com propósito de discussão sobre pautas de desenvolvimento sustentável foram realizados. Até que no ano 2000, uma reunião foi feita para a criação dos “Millennium Development Goals (MDGs)”, ou “Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)”, em português, onde se incluía:
Acabar com a fome e a miséria;
Educação básica de qualidade para todos;
Igualdade entre sexos e valorização da mulher;
Reduzir a mortalidade infantil;
Melhorar a saúde das gestantes;
Combater a AIDS, a malária e outras doenças;
Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente;
Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.
Esses oito objetivos foram colocados no ano 2000, e os resultados seriam analisados somente em 2015. Dentre alguns desses resultados, é possível destacar 1,9 bilhão de novas pessoas com acesso a água encanada potável desde 1990.
Além disso, outro impacto positivo foi a redução da quantidade de crianças fora da escola no ensino primário, que passou de 100 milhões no ano 2000, para 57 milhões em 2015. A taxa de pobreza nos países em desenvolvimento caiu de 47% para 14%, entre 1990 e 2015.
Após as conclusões do relatório dos ODM e o sucesso alcançado com a iniciativa, os países se reuniram novamente para propor a criação dos ODS, visando continuar trabalhando no desenvolvimento de novos objetivos alinhados aos anteriores, mas com as atualizações do contexto mundial atual.
Quais são os ODS?
No ano de 2012, foi realizado o evento Rio+20, onde as nações começaram a formular as novas iniciativas que seriam adotadas pelos países a partir do ano de 2015, com os objetivos que seriam novamente analisados em 2030.
Desse modo, a Agenda 2030 tem como base os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, da Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos princípios dos ODS é que a erradicação da pobreza é fundamental para o desenvolvimento sustentável, além de ser também o maior desafio global a ser alcançado.
Ao todo, os ODS incluem 17 objetivos, que são:
- Erradicação da pobreza;
- Fome zero e agricultura sustentável;
- Saúde e bem-estar;
- Educação de qualidade;
- Igualdade de gênero;
- Água potável e saneamento;
- Energia limpa e acessível;
- Trabalho decente e crescimento econômico;
- Indústria, inovação e infraestrutura;
- Redução das desigualdades;
- Cidades e comunidades sustentáveis;
- Consumo e produção sustentáveis;
- Ação contra a mudança global do clima;
- Vida na água;
- Vida terrestre;
- Paz, justiça e instituições eficazes;
- Parcerias e meios de implementação.
No primeiro objetivo, o intuito é que até 2030 se diminua pela metade a população mundial que está em situação de pobreza extrema, ou seja, aqueles que vivem com menos de US$ 1,90 ao dia. Desse modo, a intenção é garantir que essas pessoas tenham acesso aos serviços básicos e de propriedade.
No caso da “fome zero e agricultura sustentável”, o objetivo é extinguir a fome e dar uma garantia de que todos tenham acesso a alimentos seguros e nutritivos, mas que também sejam suficientes para o consumo anual, desse modo, tentando acabar com todas formas distintas de desnutrição.
Nesse sentido, a ideia é que a produtividade agrícola seja dobrada até 2030, garantindo sistemas sustentáveis na produção de alimentos, assim como práticas pensadas na manutenção dos ecossistemas.
Além disso, um dos pontos de preocupação das ODS é que nesse período se diminua a taxa de mortalidade materna mundial para menos de 70 mortes a cada 100.000 nascimentos.
Quais são os objetivos dos ODS?
Um dos objetivos dos ODS também é aumentar a renda da população mais pobre, elevando esse número a uma taxa superior à média nacional de cada país.
Na educação, os membros que compactuam com as ODS pretendem garantir que a totalidade de meninas e meninos tenham o ensino primário e secundário completo, de forma livre e de qualidade.
Simultaneamente, se pretende extinguir a discriminação contra mulheres e meninas, assim como de todas as formas de violência, exploração sexual e outros, assim como trazer uma maior valorização do trabalho doméstico não remunerado.
Os ODS também incluem a proposta de que, até 2030, se tenha um nível de acesso global e equitativo à água potável, saneamento e higiene adequada para toda a população mundial.
O foco também está em aumentar o acesso a serviços de energia, principalmente de fontes renováveis, além de dobrar a taxa global de eficiência energética. Além disso, busca-se habitação segura e acessível para todos, com serviços básicos de qualidade.
No campo econômico, o objetivo é que os países que tenham um menor nível de desenvolvimento possam ter um crescimento anual de pelo menos 7% do produto interno bruto (PIB), além de trazer avanços na infraestrutura de qualidade e sustentável, precificados de forma acessível para todos.
A ideia também é trazer o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, em que os países membros e concordantes dos ODS tomem medidas para alcançar uma gestão sustentável e utilizar de forma mais eficiente os recursos naturais.
Além disso, a proposta é se adaptar aos riscos referentes ao clima, assim como às catástrofes naturais dos diferentes países, integrando políticas, planos e estratégias entre eles para este fim. A conservação de oceanos, mares e recursos marinhos também é um ponto de atenção dos ODS, assim como a proteção e restauração dos ecossistemas terrestres.
De igual modo, os membros que participam dos ODS querem aprimorar a capacidade de arrecadação de impostos e outras receitas, assim como promover sociedades pacíficas e mais inclusivas.
A importância dos ODS para as empresas
Com a popularização da temática de desenvolvimento sustentável, os ODS passaram a ser não apenas interessantes para os governos dos países, mas também para as empresas.
Nesse sentido, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável acabam sendo implementados de forma conjunta nas estratégias de muitas companhias.
A importância dos ODS para as empresas está no fato de que os consumidores estão cada vez mais interessados em comprar produtos e contratar serviços de companhias que adotam práticas sustentáveis. Desse modo, as medidas que visam esse objetivo acabam sendo benéficas tanto para o desenvolvimento do planeta, quanto para a lucratividade nos negócios.
As grandes empresas têm um papel fundamental na participação do PIB de muitos países, além de terem um grande papel de influência na sociedade. Por conta disso, o engajamento dessas companhias também se torna muito importante para o cumprimento dos ODS.
Os ODS também geram novas demandas empresariais, fomentando grandes oportunidades de mercado. Por conta desses fatores, as empresas que optam por não seguir a Agenda Global de Sustentabilidade acabam perdendo mais espaço na sociedade, além de ficarem defasadas das atualizações do mercado, não acompanhando a direção para onde o mundo está caminhando.
Fonte: Exame
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