Líderes de Aché, AeC, B3, Rhodia, Sabin, Schneider e Stefanini contam também quais são suas estratégias para cuidar da própria saúde mental
Entre os formatos possíveis para o trabalho híbrido, com mais ou menos dias de expediente presencial, os escritórios agora passam a cumprir novas funções. Manter a cultura organizacional, promover a conexão de equipes e ter um ambiente para troca de ideias são alguns dos papéis que os espaços físicos passam a cumprir para as organizações – uma descoberta que tem acontecido, também, por parte dos CEOs.
“É preciso ser mais flexível. Eu, particularmente, percebi que posso fazer muito online, e tenho priorizado isso. Aprendi que, em uma reunião remota de duas horas, posso resolver tudo em vez de passar 8 horas viajando para realizar a mesma reunião”, conta Jefferson de Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, empresa vencedora do Época NEGÓCIOS 360º no desafio de Desempenho Financeiro.
Para Daniela Manique, CEO da Rhodia, o trabalho presencial deixou de ser fundamental para as empresas quanto o assunto é produtividade. Na companhia, que foi a grande vencedora do anuário 360º, como Empresa do Ano, todos os setores administrativos adotaram o modelo híbrido. ”Eu acho que hoje nós já aprendemos a ter uma produtividade igual ou maior com o trabalho híbrido, e é por isso que estamos adotando isso já como uma realidade definitiva”, afirma a executiva.
O CEO da SulAmérica, Ricardo Bottas, conta que a forma que a empresa encontrou para ter um equilíbrio entre o virtual e o presencial foi definir quais eram as prioridades para os espaços físicos e o que poderia acontecer à distância: “Criamos um conceito de ‘os momentos que importam’. Reuniões de ideação, reuniões de feedback e encontros executivos, por exemplo, precisam ser presenciais”.
Na farmacêutica Aché, a separação do que cabe ao virtual e o que cabe ao físico depende dos líderes de cada uma das áreas, como explica Vânia Machado, presidente da companhia. “O que a gente tem feito é deixar que o gestor, junto com seus times, defina o melhor modelo de trabalho presencial – duas vezes, três vezes ou quatro vezes na semana”, diz. “E pelo menos um dia da semana garantimos que todos estejam juntos. É um momento de troca de ideias, de encontro. Isso fomenta a inovação, o ensinar e o aprender, além de estabelecer mais trocas entre os mais antigos e os mais novos.”
Apesar das rotinas cada vez mais virtuais, por parte dos líderes e funcionários, o escritório ainda tem lugar como definidor de cultura, entre parte das empresas – principalmente aquelas que atuam em áreas que mantiveram o presencial durante a pandemia. “O presencial é fundamental para a manutenção da cultura organizacional”, avalia Lídia Abdalla, presidente do Grupo Sabin.
Antônio Joaquim de Oliveira, presidente da Dexco, concorda com a executiva. “Somos uma empresa que acredita muito em encontrar na maioria dos dias nos escritórios e locais de trabalho, acho que isso é essencial para a cultura”, diz o CEO. “Esse é um ponto crítico. Por outro lado, é claro, as pessoas hoje preferem trabalhar em casa. Como é que você concilia isso?”, questiona Marcos Stefanini, CEO global e fundador do Grupo Stefanini.
Na B3, a estratégia foi ressignificar o próprio espaço dos escritórios – com menos divisões para o trabalho individual e mais espaço para o coletivo, por exemplo. “O escritório precisa ser um ambiente diferente do que foi no passado. Hoje, nosso espaço está completamente aberto, sem porta e sem crachá. O escritório é um lugar, realmente, para as pessoas se encontrarem e interagirem em formatos diferentes”, explica o CEO, Gilson Finkelsztain.
“Hoje vejo que podemos ter o melhor de cada opção”, avalia André Natal, CEO interino da Vibra. “O presencial tem algumas características que são favoráveis às interações, mas o home office também tem seu valor, especialmente do ponto de vista da flexibilidade para conciliar a vida profissional e pessoal. Essa combinação é ideal.”
Fonte: Época
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