Conheça quais são os conselhos sobre empreendedorismo de alguns especialistas do setor!
Você não precisa ir longe para aprender sobre empreendedorismo com os maiores especialistas. O TED Talks, por exemplo, desenvolve uma série de vídeos influentes de palestrantes sobre educação, negócios, ciência, tecnologia e criatividade.
Realizado em diversos países, o projeto seleciona nomes renomados de cada área para compartilhar conteúdos de alta qualidade. Diante disso, decidimos selecionar três palestras que apresentam conselhos de empreendedorismo para quem deseja abrir o próprio negócio. Confira!
#1 Todos podem ser empreendedores
O conselho de Lina Maria Useche Kempf, durante sua palestra no TEDx, é que todos podem abrir o próprio negócio. “Quais imagens e pessoas vêm à sua cabeça quando você pensa em empreendedores? […] É muito fácil associar o empreendedorismo aos grandes nomes.
É muito fácil, obviamente, associar o empreendedorismo aos grandes homens e mulheres que transformaram a economia e que realizaram seus sonhos em grande estilo. Eu me dei conta que não era só eu que pensava assim. O Google também pensava assim.
Se você entrar no Google, agora, pesquisar “empreendedor” e buscar imagens, você vai encontrar homens, brancos, de terno e gravata, muito confiantes e bem-sucedidos. Aí eu pensei ‘bom, se o Google tudo sabe e ele sempre está certo, então, deve ser assim mesmo’.
Será? […] Eu aprendi que temos, no Brasil, mais de 45 milhões de empreendedores. Desses ‘só e apenas’ 99% são micros e pequenos. Pouco mais da metade são mulheres e esses micros e pequenos empreendedores são responsáveis por 85% da geração líquida de empregos no país. Estima-se que ainda tenhamos no Brasil mais de 15 milhões de empreendedores na economia informal.
Foi assim que as imagens na minha mente começaram a mudar. Essas pessoas incríveis começaram a me ensinar que empreendedorismo era um pouco diferente do que eu imaginava. E que não era feito de poucas fotos; era feito de um mosaico de micros pedacinhos.
Era feito de microempreendedores que construíam a nação. Pessoas de todos os cantos do Brasil, de todas as origens, raças. […] Eles enfrentam as próprias barreiras de não se verem empreendedores, de não se sentirem confiantes e empoderados o suficiente para dizer:
‘eu sou empreendedor e vou buscar uma formação ou vou me capacitar, entender como isso funciona. Isso aqui que eu tenho é um negócio. Vou fazê-lo crescer’.
[…] Sara Sarasvath, uma professora indiana que fez da sua tese de pós-doutorado uma pesquisa para entender o que faz de um empreendedor, empreendedor. Ela descobriu coisas muito interessantes em sua pesquisa.
Ela descobriu que não existe uma lista, um grupo de características ou traços de personalidade que fazem um empreendedor. Ela descobriu, sim, que existe uma série de ações que fazem um empreendedor.
Ela descobriu que todos os empreendedores de sucesso que entrevistou começaram com as mesmas coisas: com quem eles eram, com quem eles sabiam e com o que eles queriam”.
#2 Um bom negócio é aquele que resolve um problema social
O que é um bom negócio? Esta pergunta há muito tempo paira no ar e Rogério Oliveira, ex-marqueteiro, estudante de filosofia e fundador do Movimento Buena Onda, decidiu tentar respondê-la em sua palestra.
“Quando a gente pensa em bom negócio, qual a primeira coisa que vem a nossa cabeça? […] Um bom negócio é aquilo que dá dinheiro; um bom negócio é aquilo que tem uma boa margem, tem muito lucro, que vai me deixar talvez rico ou milionário. Isso é a visão de um bom negócio.
Queria que vocês imaginassem comigo: e se um bom negócio, na verdade, fosse uma empresa, como qualquer outra. Só que você criasse uma empresa não para maximizar lucros e ficar milionário, necessariamente, mas para resolver algum problema social ou ambiental.
A missão da empresa fosse exclusivamente resolver algum problema social. Imagine que você trabalhasse para isso, que você tivesse algum produto ou serviço que acabasse com um problema. E a receita que você obtém vendendo esse produto ou serviço cobrasse o seu custo, gerasse lucro.
Só que o lucro não ficaria com você. Você se paga um bom salário, um ótimo salário de mercado, você vive bem. Só que o lucro, o que você faz com ele? Você reinveste sempre na empresa porque o foco é o problema social. […] E se esse tipo de negócio existisse? Esse tipo de negócio já existe. Essa é a boa notícia. Esse tipo de negócio se chama negócio social”.
#3 Questione seu negócio, mude vidas
Jorge Hoelzel Neto é graduado pela Unisinos em Administração de Empresas com habilitação em Comércio Exterior e possui cursos de MBA e Executivos pela FDC e Amana-Key. Atuando na Mercur S.A. como membro do Conselho de Administração e Facilitador, ele desenvolveu mudanças significativas na gestão de negócios. Isso começou quando ele decidiu questionar o legado e o propósito da empresa.
“Chegamos à conclusão de que não estávamos gostando do que estávamos criando porque tudo era o mais do mesmo. Contratamos uma consultoria para tratar da estratégia. Essa empresa, ao invés de nos trazer respostas, veio nos fazer perguntas, muitas perguntas.
Talvez a mais importante e que a gente se permitiu fazer naquele momento foi ‘se a nossa empresa desaparecesse hoje, o que o mundo perderia?’. Depois de muito diálogo e conversa, a gente percebeu que não perderia nada.
O mundo não perderia nada porque o mundo está montado em um sistema de grandes estoques e capacidades produtivas. Até mesmos os colaboradores da empresa teriam novos empregos rapidamente.
A gente se assustou um pouco com isso e percebeu que nós participávamos de uma legião de batedores de carteira. Foi muito duro ter esta impressão dentro de nós. O que faz o batedor de carteira?
Ele tenta chegar na carteira do consumidor o mais rápido que todo mundo, pegando ela mais cheia e logo esvaziando para não deixar espaço para o concorrente. Diante disso, pensamos ‘será que esse é mesmo o nosso propósito depois de uma história de quase 90 anos?’.
Então, nos demos conta que devíamos voltar lá trás para olhar o que os fundadores tinham na cabeça quando eles decidiram abrir a empresa.
E a partir dos princípios e dos valores dos fundadores, nós trouxemos tudo para o presente e montamos os nossos princípios, que passamos a chamar de direcionadores.
O primeiro, e mais importante, é que atuamos em função das pessoas. […]
Parece algo simples e óbvio, mas quando a gente coloca as pessoas no foco, a gente percebe que o lucro passa a ser uma consequência”.
Curtiu conhecer os conselhos sobre empreendedorismo compartilhados por palestrantes do TED Talks? Esperamos que sim. É provável que você também tenha interesse em ler nosso artigo “20 frases sobre empreendedorismo para quem está pensando em desistir?”.