Metodologia Ágil: O que é, benefícios e como adotar?

metodologia ágil

Você sabe o que é metodologia ágil? E qual a diferença para metodologia tradicional? Confira, neste artigo, a resposta para essas e outras dúvidas referentes ao assunto!

Diante dos desafios, marcados pela quarta revolução industrial, conhecida como indústria 4.0, o desenvolvimento de produtos e serviços de software precisou acompanhar o ritmo. Por esta razão, surgiram os métodos ágeis. Os métodos ágeis envolvem um conjunto de metodologia que serve para acelerar o ritmo dos processos de desenvolvimento de software.

Desenvolver métodos inteligentes foi a melhor solução para desenvolver uma execução correta das ações, de forma que o objetivo final da empresa seja atendido no prazo estipulado. Essa metodologia busca simplificar a maneira em que os projetos são executados, impactando positivamente no resultado final.

As metodologias ágeis contam com uma proposta de processos mais curtos e com entregas em menor espaço de tempo, com foco na melhoria e alinhamento da equipe. Por meio destas metodologias, a identificação de falhas se tornou mais fácil, gerando flexibilidade na forma de trabalhar de cada membro da equipe. Pois, cada colaborador pode realizar a mesma ação de diferentes maneiras, definindo qual o melhor caminho para construir um resultado positivo.

Neste artigo, explicaremos o que é, exatamente, uma metodologia ágil, os principais tipos existentes. Além disso, também falaremos quais suas vantagens e como usar cada uma delas na sua empresa. Confira!

O que é uma metodologia ágil?

Metodologias ágeis são conjuntos de práticas que proporcionam uma forma de gerenciar projetos mais adaptável às mudanças. Elas são estruturadas em ciclos curtos sendo que, a cada novo ciclo, é entregue um conjunto de funcionalidades pré-determinadas. Portanto, as metodologias ágeis têm como principal restrição o tempo e são caracterizadas por produzirem entregas rápidas e frequentes.

É importante ressaltar que as metodologias ágeis partem do pressuposto que a condução do projeto será feita por uma equipe pequena e autogerenciável. Essa equipe normalmente será sênior, multidisciplinar e concentrada em um único local. Todo o esforço da equipe será empregado na qualidade da solução apresentada, que deverá acrescentar alto valor para o cliente do projeto.

As Metodologias Ágeis são estratégias para o desenvolvimento de projetos que começaram na área de softwares, mas se expandiram para atividades diversas nas empresas. Elas foram desenvolvidas a partir do  Manifesto Ágil e trouxeram uma nova lógica para a produção na área.

Manifesto ágil 

A metodologia ágil não surgiu como um movimento espontâneo. Sua criação foi realizada de maneira meticulosa, em resposta às necessidades dos desenvolvedores de software.

Na década de 90, quando ocorreu o primeiro “boom” da Internet, o desenvolvimento de softwares era baseado no modelo cascata. Ou seja, era linear, e a partir da conclusão de uma etapa do projeto, a outra iniciava.

Esta metodologia funcionava como uma cadeia de eventos inflexíveis e resistentes à mudança, culminando em um ambiente de trabalho sufocante e exigente.

Até que no começo de 2001, um grupo de 17 desenvolvedores se juntaram em Utah, nos EUA, para discutir maneiras de desenvolvimento mais leves com base em suas experiências.

Eles assinaram um documento chamado “Manifesto para o Desenvolvimento Ágil de Software”, estabelecendo 12 princípios da metodologia ágil, além de 4 fundamentos-chave:

  • Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas;
  • Software funcionando acima de documentação abrangente;
  • Colaboração com o consumidor/cliente acima de negociação de contratos;
  • Resposta às transformações/mudanças, mais do que seguir um plano.

Metodologias ágeis VS Metodologias tradicionais

Como citamos anteriormente, o método tradicional de gestão de projetos é o que se chama de “cascata”. Esta metodologia segue o padrão de gerenciamento de pessoas e processos que repete-se por todo mercado, independente do tipo de empresa. Ou seja, o processo de desenvolvimento ou criação é dividido em fases. 

No entanto, essa metodologia é extremamente linear e sequencial, o que já não se encaixa na realidade das empresas. Isto acontece pois há pouquíssimo espaço para desenvolver a solução, testá-la, aplicar melhorias e abordar o mercado.

Porém, a metodologia tradicional não é inútil ou totalmente dispensável. Ela pode ser ideal para certos tipos de negócios, que necessitam de uma gestão mais estruturada — porém, que durante suas entregas não experimentam novidades no processo produtivo.

Diferente da metodologia tradicional, na agile prioriza-se a entrega rápida de um produto.

Em vez de ficar preso a um cronograma único, o trabalho é dividido em sprints (que podem durar entre alguns dias e 2 semanas), com entregáveis específicos. Em caso de atrasos, o projeto segue a dinâmica de prioridades, com as sobras sendo alocadas para sprints futuros.

No momento em que as entregas são feitas, elas são revisadas pela equipe do projeto e também pelo cliente. No caso do desenvolvimento de softwares, essa interação é bastante conhecida pelas demos dos programas, ou mesmo versões em fase “alpha”, “beta” e etc.

Essas revisões vão definir os próximos sprints, permitindo que a empresa avance no desenvolvimento ou fabricação do produto.

Aqui, o envolvimento com o cliente é essencial. E ele deve ser feito da maneira mais proveitosa para a empresa e para o cliente.

Benefícios de uma metodologia ágil

Caso você ainda não esteja confiante em relação ao método ágil, mencionaremos algumas das principais vantagens do uso dessa metodologia. Confira!

Para o cliente:

  • Mais entrega de valor ao negócio, e consequente um melhor ROI;
  • Produto final com melhor qualidade;
  • Entregas mais frequentes e regulares, os usuários podem ver os resultados parciais do projeto;
  • Melhor Time-to-Market gerando um ganho de competitividade;
  • Maior transparência e visibilidade da situação do projeto;
  • Maior flexibilidade a mudanças e ajustes nos requisitos e nas prioridades de entrega.

Para a área de desenvolvimento:

  • Melhor comunicação com o cliente e usuários finais;
  • Antecipação de problemas e tomadas de decisão mais rápidas;
  • Definição de escopo, objetivos e prioridades mais claros;
  • Maior autonomia e responsabilidade das equipes, gerando consequentemente mais comprometimento;
  • Melhoria contínua do processo de desenvolvimento.

Além disso, a metodologia ágil também proporciona:

Uma maior simplicidade para lidar com problemas complexos 

Por meio da metodologia ágil, é possível transformar questões complexas em listas de tarefas delimitadas. E, assim, estabelecer um prazo e responsável por cada uma.

Feedback constante

Os clientes do seu produto poderão  compartilhar opiniões  a todo momento, gerando uma lista de acertos ou possíveis correções. Você não precisa adivinhar constantemente o que deve ser feito em seguida, basta olhar os dados.

Maior agilidade

As metodologias ágeis permitem responder de modo quase imediato às mudanças no mercado. Se um novo concorrente ou tecnologia entra em cena, você poderá combatê-lo dentro de pouco tempo.

Principais métodos ágeis

Abaixo, listamos os principais frameworks do mercado. Confira!

Scrum

Lançado em 1990, o Scrum é um dos métodos ágeis mais versáteis, e que pode otimizar o gerenciamento dos mais diversos projetos. Embora, normalmente, o Scrum seja adotado no gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produtos e software, ele também pode ser usado em um contexto relacionado a negócios.

Uma característica do Scrum é que todos os dias acontecem pequenas reuniões de 15 minutos, conhecidas apenas como “daily meeting.” Estas reuniões tem como objetivo sincronizar as atividades e encontrar a melhor forma de planejar a jornada de trabalho, garantindo a entrega de valor e máxima qualidade do início ao fim do projeto, negociando o escopo conforme necessário.

Suas principais vantagens são:

  • A transparência permite que o projeto seja seguido por todos os membros de uma equipe ou mesmo de uma organização;
  • A dinâmica deste método permite aos envolvidos reorganizar as prioridades, garantindo que as sprints que ainda não foram concluídas recebam mais atenção.

Kanban

De origem japonesa, o Kanban surgiu nos anos 60, pela Toyota. O significado da palavra está vinculado a um conceito de tempo, “just-in-time”. E, basicamente, o método Kanban existe a partir de um quadro ou tabela, dividido em colunas, que mostra todos os fluxos de produção de um projeto. As colunas eram preenchidas por cartões de sinalização, que representavam as tarefas, organizadas por ordem de prioridade de execução.  

Atualmente, existem formas de replicar esse sistema em quadro com post-its, além de uma série de kanbans digitais e interativos, como o Trello.

eXtreme Programming (XP)

O eXtreme Programming, ou XP, é voltada à engenharia de software. Esta metodologia parece bastante com Scrum.

Enquanto o Scrum se foca nas práticas de gestão, o XP está mais ligado às funções técnicas.

Basicamente, o objetivo do método é levar as boas práticas de desenvolvimento de software ao extremo, a partir dos critérios:

  • Testar, revisar e projetar continuamente;
  • Integrar o tempo todo;
  • Desenvolver as soluções com o máximo de simplicidade;
  • Realizar iterações realmente curtas.

Logo, o XP propõe ciclos curtos que reduzem as incertezas e riscos do produto, adotando a melhoria constante de códigos, testes automatizados e integração contínua. Além disso, essa metodologia permite o feedback constante do cliente, que acompanha o processo do início ao fim e pode solicitar quantas mudanças desejar.

Lean

A metodologia Lean foi criada após a Segunda Guerra Mundial, a partir do conceito de Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta), originário do Sistema Toyota de Produção. O objetivo desta metodologia é reduzir desperdícios de tempo, dinheiro e recursos na indústria.

Já em 2011, o empreendedor do Vale do Silício, Eric Ries, resgatou o termo para criar a startup enxuta, que segue os mesmos princípios das fábricas japonesas para “enxugar” processos. Basicamente, o propósito é gerenciar o negócio de forma mais rápida, mais barata e melhor, alocando somente os recursos necessários para cada projeto e ciclo iterativo.

Para isso, a metodologia lean abrange ferramentas como o Business Canvas Model, Growth hacking e Customer Development, que simplificam e agilizam as estratégias do negócio.

Dynamic Systems Development Methodology (DSDM)

O Dynamic Systems Development Methodology (DSDM), ou metodologia de desenvolvimento de sistemas dinâmicos, foi criado em 1990 na indústria de TI e trata-se de um framework usado para desenvolver softwares. Esta metodologia conta com participação contínua do usuário, em um modelo iterativo e incremental.

Em resumo, o DSDM possui três fases:

  • Pré-projeto: fase de identificação de projetos e definição de orçamento, com controle rigoroso de recursos;
  • Projeto: o projeto é iniciado com estudos de viabilidade, tanto do ponto de vista funcional como do econômico. Nas iterações, são criados protótipos incrementais para demonstrar as funcionalidade ao cliente, em ciclos de feedback, até chegar ao implemento final;
  • Pós-projeto: na fase final, são realizadas as manutenções e ajustes, retomando fases anteriores, se necessário.

Feature Driven Development

Criado no final dos anos 90, por Jeff de Luca, a Feature Driven Development, ou FDD, é uma metodologia que introduziu a ideia de desenvolvimento a partir das funcionalidades, contendo cinco processos básicos:

  • Desenvolvimento de um modelo abrangente;
  • Construção de uma lista de funcionalidades;
  • Planejamento por funcionalidade;
  • Detalhe por funcionalidade;
  • Construção por funcionalidade.

Adaptive Software Development (ASD)

O Adaptive Software Development (ASD), ou Desenvolvimento de Software Adaptativo, é um método ágil formulado especialmente para projetos mais complexos.

Assim como as outras metodologias, é baseado nos ciclos iterativos e incrementais e na presença constante do cliente durante o processo.

Para aplicar o ASD, é preciso seguir seus seis princípios:

  • Orientado a missões: cada iteração será justificada por uma missão, que pode mudar ao longo do projeto;
  • Baseado em componentes: o software será desenvolvido em pequenas partes;
  • Iterativo: as iterações devem evoluir até a implementação satisfatória;
  • Prazos Pré-fixados: os prazos devem ser tangíveis, fixos e realistas;
  • Tolerância a mudanças: as mudanças são frequentes e bem-vindas;
  • Orientado a riscos: os itens de alto risco são desenvolvidos primeiro.

Scaled Agile Framework (SAFe)

Baseada nos princípios Lean, a Scaled Agile Framework (SAFe) foi criada por Dean Leffingwell, um dos maiores especialistas em cultura ágil do mundo. Este método utiliza as mesmas funções do Scrum e XP, mas utiliza um diagrama conhecido como “The Big Picture”, que reúne todos os processos, fluxos e atividades da empresa.

No SAFe, os projetos são divididos em três categorias principais: gerencial, estratégico e operacional.

Dessa forma, as grandes corporações conseguem aplicar os métodos ágeis a partir de um framework pensado em nível organizacional, para uma implementação gradual.

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